Espaço contemplativo, o Atelier é um ponto de encontro para a prática de mindfulness, meditação e de outras sabedorias que nos reconectam com a vida e com a nossa verdadeira natureza. Mas é também um lugar para treinarmos a arte do não-fazer e para nos lembrarmos de ser.
InterConexões aponta para uma realidade que podemos observar na natureza: tudo na existência está em relação e inter-conectado. Alguma vez você pensou nas implicações disso? Em como a estrela mais distante, o ser mais improvável, uma flor do campo e você se encontram? Ou onde? Essa realidade foi uma das mais significativas descobertas de Buda: ele viu que todos participamos dessa teia universal infinita e – mistério dos mistérios! – que somos ela mesma.
Mas como isso foi possível antes que a internet, os satélites e a pesquisa científica nos aproximassem dessa realidade? Afinal, se há pouco tempo atrás as distâncias entre pessoas e culturas eram bem maiores e o mundo ainda não era globalizado, como ele viu?
Com olhos e ouvidos internos treinados, o coração aberto e o corpo desperto, ele meditou. Há mais de 2500 anos atrás, em uma Índia longínqua, Buda viu através da mente – mas além da razão, das aflições emocionais e dos véus que obscurecem uma visão clara do real. E vendo, Buda percebeu que a paz e a alegria são qualidades incondicionais da constituição humana e que por isso mesmo não precisam ser conquistadas, mas descobertas em nossa própria experiência.
A liberdade incondicional do ser nos aguarda, mas ela precisa ser reconhecida para ser vivida! Por isso a meditação é um caminho de reconhecimentos, redescobertas e de reconexões.
Essa visão que ele então compartilhou é fruto de uma relação íntima, a mais íntima possível com a realidade. Seus ensinamentos contam que é possível cultivarmos uma relação com a vida que vai além do sofrimento, da confusão, do medo e como podemos ir além.
Através da meditação, do discernimento e de outras práticas contemplativas, sabemos que essa porta está aberta para quem quer ir além. Um passo de cada vez, também podemos redescobrir nossas qualidades incondicionais – aquelas que não dependem das circunstâncias! – e com elas alegria, tranquilidade e contentamento. Elas são a força do amor que nos habita e que é capaz de realizar até o que hoje nos parece impossível.
Descobrimos nossas interconexões quando nos percebemos em comunhão com essa teia infinita e nos sincronizamos à sempre presente harmonia universal.
Mestre em Religiões Contemplativas
Instrutor de Mindfulness
Mediador de Conflitos
Rolfista
Antes, acreditava que a vida era reta, mas tive a sorte de encontrar desafios que me conduziriam por caminhos mais curvilíneos e improváveis. De uma provável carreira jurídica a co-criador de festivais de música eletrônica, o retrovisor me conta que os meus sonhos e realizações de ontem hoje são apenas recordações. O que cresceu nesses últimos vinte anos foi a minha apreciação pela oportunidade rara que é a vida – a gratidão que vem com ela – e o interesse naquilo que percebo que pode fazer uma diferença essencial na vida das pessoas – na minha, na sua e na dos meus filhos.
Meu interesse pela espiritualidade e por filosofias e práticas orientais veio das vísceras. Veio da fome e da sede que não eram saciadas pelo pão, nem pela água. Foi quando descobri uma até então desconhecida natureza devocional e comecei a peregrinar com intenção firme no conhecimento do si-mesmo e da realidade — ou de Deus.
Índia, Grécia, Hawaii, Roma, Bali, Tailândia, Israel… foram muitas viagens, formações e experiências até que, em algum ponto do processo, me dei conta de que a minha peregrinação era na verdade uma orientação interna. Um caminhar em direção à uma possibilidade de alinhamento ao movimento incondicional e sempre emergente da existência.
Esse movimento me levou a procurar caminhos em meu próprio corpo, e me entreguei à prática e ao estudo do Hatha Yoga e do Rolfing enquanto produzia aqueles festivais. Mas em 2012, após o nascimento do Mathias, meu primeiro filho, o desejo de viver a paternidade e o projeto da nossa família por outros caminhos me levou a deixar os eventos e a olhar para o que eu realmente gostaria de fazer a partir daquele momento.
O desejo de aprofundar minha jornada de autoconhecimento através da meditação ficou mais claro. Foi quando descobri a Naropa University e a possibilidade de um mestrado que contemplava tudo aquilo que eu mais valorizava e queria aprender.
Durante os três anos e meio em que vivemos em Boulder, tive a oportunidade de estudar e praticar meditação mindfulness-awareness, Budismo, Yoga e outras tradições contemplativas com professores e professoras que admiro profundamente. Berço da educação contemplativa nos EUA, na Naropa o conhecimento científico e as sabedorias ancestrais caminham juntos.
A oportunidade desse aprofundamento em um ambiente acadêmico foi inestimável. Não cultuando uma religião em particular, mas cultivando o amor pela Verdade e pelas sabedorias presentes em muitas tradições espirituais desde sempre, aprendemos como elas podem servir ao ser humano e ao planeta hoje. Me sinto honrado por fazer parte de uma linhagem de contemplativos acadêmicos que busca transmitir esses ensinamentos em favor da humanidade e de todos os seres, sem exceção.
Aqueles que me inspiram não julgam, amam… e nunca desistiram de ninguém.
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